26 de novembro de 2009

é, acabou

parece que eu estava carregando um fardo, que era tão pesado que continua pesando. como quando a gente espera muito tempo pra fazer xixi, faz, e continua com aquela dor de bexiga cheia. amizades acabam. relações, namoros, até casamentos acabam. o tempo passa e um dia a gente vê que o que um dia achamos fundamental não existe mais. pode me chamar de grossa e arrogante, eu não ligo. prefiro ser isso e ainda assim sincera. infantilidade nunca foi o meu forte. amizade não se compra. não se vende. não se cobra. ou é, ou não é. e parece que não era. eu confundi as coisas uma vez, mas não o fiz por três anos. já chega. o meu almoço quem decide sou eu. ninguém me diz o que fazer ou como gastar o dinheiro que eu trabalho pra ganhar. não devo satisfação sobre o que faço ou deixo de fazer. me sugou demais. me usou, até, acho que posso usar esse termo. já decidi há tempos, mas é chegada a hora de colocar a coisa toda em prática e andar com as minhas próprias pernas. eu sou capaz, todo mundo sabe. sou boa e competente, mas acho que deixei de ser tão paciente. três anos é muito tempo, cansa. não achei que precisasse chegar às vias de fato, mas me senti obrigada. estava perdendo o ar, quase sufocada. chega de tanta arrogância, de gente que tem certeza que o mundo gira ao redor do próprio umbigo, que tudo que acontece no  mundo tem relação direta com a inveja e o ódio que todo mundo sente dela, a injustiçada. eu posso atrair as pessoas por mim mesma e você vai ver isso muito em breve. ou não, não estou nem ai. cega e vaidosa? pode ser, mas agora estou livre, o que conta muito. a gente cresce, aprende e vê que os iguais se atraem. e não, eu não sou igual a isso. sou astral, do bem e corro atrás do que eu quero todo dia, o dia inteiro. então, quem cuida da minha vida sou eu, ok? agradecida. arrume um gatinho, que tem sete vidinhas. dois cachorros não estão dando conta.

11 de novembro de 2009

da vaidade

comecei a ficar vaidosa aos 25. sim, este ano. quando pequena eu era um molequinho. minha mãe implorava pra eu passar "um batonzinho" ou pintar a unha com um "esmalte bem clarinho". eu corria, como o diabo foge da cruz. acho que eu queria me esconder. ou me mostrar forte. porque sim, eu era - e ainda sou, embora às vezes esqueça - muito forte. precisava mostrar pra todo mundo, do alto dos meus sete ou oito anos, que naquele corpinho não tinha delicadeza. não queria ser vista como uma menininha boba como aquelas da escola, que não tinham opinião e nem nada a ver comigo. eu sempre soube o que quis, desde pirralha. durante a adolescência eu me escondia atrás de roupas largas e feias. precisava passar despercebida. queria que aquele turbilhão todo acabasse sem que ninguém me tivesse notado. era um pesadelo. a vida era o meu pesadelo. tudo era doloroso e sacrificante. sem falar que até quase os 20 eu era uma completa bocó. sabia nada, queria tudo. agora, aos 25, tô praticamente uma mocinha. ainda não comprei creminho contra rugas, mas tô quase lá. há um mês me matriculei na academia e ando saltitando de orgulho quando lembro que minha perna tá ficando dura. ando usando creme para os pés e esfoliante e vou, em breve, fazer um cursinho de maquiagem. o tempo. o tempo faz milagres, né? descobri muito dos 20 até aqui, e vou descobrir mais, com certeza. o mais importante é ver que eu não preciso - e nem quero - me esconder de mais ninguém e, principalmente, e deixo aqui a dica, descobri que cala a boca já morreu. e vem pra cima que eu tô louca pra descobrir mais coisas.